(Review 249) - Fim dos dias (Penryn and the end of the days #3)

Depois de escapar de anjos malignos em "O mundo depois", Penryn e Raffe precisam se esconder. Eles estão desesperados para encontrar um médico que possa reverter as deformações causadas pelos anjos. Mas, conforme eles avançam em busca de respostas, uma revelação assustadora sobre o passado de Raffe desencadeia forças sombrias que colocam todos sob ameaça. Quando os anjos lançam um pesadelo apocalíptico sobre os humanos, ambos os lados se veem a caminho da guerra. À medida que alianças improváveis se formam e estratégias mudam, não se sabe quem sairá vitorioso. Forádos a escolher um lado na luta pelo domínio terreno, Raffe e Penryn têm uma difícil decisão a tomar: defender sua própria raça ou um ao outro?  

A trilogia de Penryn and the end of the days vai certamente ficar marcada pra sempre como uma das distopias mais fascinantes e bem boladas que já li em muito tempo. Amei o primeiro livro mais do que poderia imaginar e o segundo foi tão bom que chegou a superar o primeiro, então, imaginem só as expectativas que tinha para conferir o grande finale da saga, Fim dos dias, um livro que não apenas manteve o ritmo alucinante dos anteriores como também entrega um final fechadinho e coerente com a trama.

Li o livro em menos de dois dias. É que esse é o tipo de livro que a gente não consegue largar. São tantas reviravoltas, surpresas, explosões, revelações, mortes e momentos de tensão extrema que o leitor parece ser tragado para aquele universo apocalíptico, onde Penryn e Raffe lutam juntos para salvar humanos e anjos da maior destruição já vista.

Terminei as últimas páginas já com uma nostalgia forte batendo. Onde vou encontrar personagens tão maravilhosos assim outra vez? Só quem leu sabe o quanto Susan Ee soube investir em personagens carismáticos, fortes e determinados e o quanto sua narrativa empolgante conquista o leitor. Viver essa aventura através da voz de Penryn, uma das heroínas mais duronas que já conheci foi um presente, e com certeza Susan Ee se tornou aquela autora que sempre estará na minha listinha, pois já mostrou que sabe construir uma história forte e que sai na contramão de qualquer clichê.

Eu tinha muito medo desse livro. Não são raros os casos de séries perfeitas que acabam tendo um final mediano ou polêmico. Havia lido resenhas de pessoas que não gostaram do epílogo escrito por Susan Ee neste volume. E tudo isso me fazia querer e não querer ler a terceira parte, tudo ao mesmo tempo. Acho que fiquei imaginando algo muito ruim no epílogo, porque a verdade é que quando o dito cujo chegou eu suspirei de alívio, pois até que gostei, achei que teve a ver com a trama, era o esperado, e segue exatamente a premissa que se manteve ao longo da série.

Sendo assim, Penryn and the end of the days é uma das raras trilogias que leva 5 estrelas nos três livros e isso, meus amigos, diz muito já que ando cada vez mais chata e exigente para favoritar um livro.

A protagonista Penryn continua maravilhosa nessa última parte. Eu amei Penryn porque ela se manteve autêntica do começo ao final da trilogia. Ela não se deixa manipular, não sucumbe à síndrome da donzela indefesa e mesmo nos momentos onde tudo dava errado, ela respira fundo e segue adiante. Penryn foi um personagem admirável, tudo o que a gente realmente espera em uma heroína.
O Raffe, seu par, não fica atrás. Desde o início Raffe é duro, centrado e firme em suas convicções e foi muito interessante notar cada mudança sutil no comportamento do personagem, até que ele pudesse realmente encarar de frente seus erros, acertos e fraquezas nesse terceiro volume. Esse Raffe da terceira parte chega melhor do que esteve nos livros anteriores e aqui notei que conhecemos Raffe em sua toda sua essência.
Esse par romântico de Penryn e Raffe é maravilhoso porque ambos se respeitam, se admiram e se protegem de uma maneira terna, sem jamais subestimar o parceiro. Raffe confia na Penryn, entrega nas mãos dela sua própria segurança e ela também faz o mesmo por ele, e ainda quando os dois cedem, nenhum aparenta ser mais fraco, pois eles mantém uma relação saudável, de respeito mútuo e isso para o leitor é algo revigorante de se ler.

Os secundários também são maravilhosos. A família de Penryn, sua irmãzinha Paige e sua mãe, conseguem se tornar aos poucos essenciais, e cada vez que uma delas aparecia, o leitor é surpreendido com momentos inesperados. A mãe de Penryn é uma caixinha de surpresas e consegue nos fazer rir e duvidar, o tempo todo. Paige é uma fofa, e eu gosto como a autora nos mostra seu lado mais monstruoso e ainda assim consegue manter na personagem uma inocência latente. Há também outros muitos personagens que não passam indiferentes, mas são tantos que seria difícil numerar cada um. As surpresas dessa terceira parte para mim vieram mesmo do lado dos anjos, especialmente com Belial, um caído que possuí uma história cheia de detalhes, que conseguiu me causar um impacto muito grande porque Belial traz um tom bem cru à história e seus momentos são dolorosos e bem sombrios.

Como já disse, Fim dos dias consegue manter o mesmo nível impecável dos livros anteriores. Tem ação, tem mistério, tem muitas mortes, romance, reviravoltas, descobertas e despedidas, e tudo foi dosado na medida certa, sem exageros. É uma leitura bem rápida e que ao finalizar já vai deixando saudades, pois Penryn and the end of the days é, ao meu ver, uma série que, em um mercado literário cada vez mais exigente e saturado, brilha com um estilo próprio e uma história forte, que mesmo com uma premissa já usada em outras histórias, consegue ter seu toque mais original, causando em mim impacto suficiente para tornar-se com certeza absoluta uma das minhas trilogias favoritas de sempre.