(Review 30) - A Irmandade das Calças Viajantes - De repente, no último livro

22 de septiembre de 2015

(Review 30) - A Irmandade das Calças Viajantes

Título Original: The Sisterhood of the Traveling Pants
Autor: Ann Brashares
Editora: Rocco / Editorial Presença / Ediciones SM / Círculo Rojo / Delacorte Press
Páginas: 312 Páginas
Publicação: Junho de 2003
Gênero: Romance Juvenil / YA
Goodreads / Skoob / Amazon / Lectorati

*** Livro 1/4 - Serie Sisterhood ***

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Tibby, Carmen, Bridget e Lena são companheiras, cúmplices, confidentes. E a amizade delas, ao que tudo indica, não é pura coincidência. Pela primeira vez, porém, as quatro adolescentes iriam passar o verão separadas. As quatro decidiram, então, fazer um pacto, ou inventar um código, um elo que as unissem enquanto estivessem viajando. E encontraram a solução num velho jeans comprado no brechó, surrado e desbotado. 
Aquelas calças transformaram-se num símbolo de amizade e passaram a pertencer às amigas igualmente. Surgia assim, a Irmandade das Calças Viajantes, com direito a cerimônia secreta, juramento e dez mandamentos básicos para o uso do jeans. 
Como as calças, cada leitor será convidado a viver etapas determinantes, momentos intensos, grandes provas, problemas, decepções, emoções, sefrimentos, descobertas, revelações, lado a lado com Tibby, Carmen, Bridget e Lena.




A Irmandade das Calças Viajantes é um livro que eu sempre tinha ouvido falar. Pudera, se trata de mais um livro que ganhou uma bem sucedida adaptação para o cinema (aliás, duas adaptações), assim que, fica difícil não conhecer pelo menos um pouco. Eu realmente não li quase nenhuma resenha sobre o livro, pelo menos não resenhas atuais. Porque será que temos tanta facilidade para nos esquecer de livros legais mais antigos e nos jogamos sempre nos lançamentos? É claro que todos os meses as editoras lançam livros e mais livros, para todos os estilos e condições, mas cada vez mais aprendo que aquele livro mais antigo, esquecido no fundo da biblioteca ou da prateleira da livraria também pode ser uma grata surpresa. Assim posso definir também a Irmandade das Calças Viajantes.
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Quando eu comecei esse livro, esperava mais um livro juvenil, sobre quatro amigas e suas aventuras de verão. Já sabia que alguém iria se apaixonar, já sabia que alguém iria se desiludir, já sabia que haveriam brigas e também reconciliações, até porque essa é a premissa básica de livros juvenis que tratam sobre grupos de amigas adolescentes. Mas posso dizer que felizmente encontrei algo mais profundo, algo além do mesmo de sempre.
Pela primera vez eu posso dizer que me identifiquei com TODAS as personagens principais desse livro e eu creio que grande parte de nós nos identificamos. Eu tenho pais divorciados também (o mal do mundo moderno, infelizmente) e eu já tive que lidar com essa confusão de "novas famílias" e "meios-irmãos". Eu já tive desilusões amorosas. Eu já me senti insegura e tentei me isolar do mundo por pensar que sozinha estaria melhor. E eu já sofri perdas, eu já perdi amigos. Portanto, eu já fui um pouco de Carmen, um pouco de Bridget, um pouco de Lena e um pouco de Tibby, e me encontrar dentro de cada uma dessas meninas e suas histórias, deixou praticamente impossível não devorar o livro em poucos dias e não torcer, amar e me encantar por cada uma. 
Aqui temos quatro amigas, garotas comuns, com sonhos, com expectativas, ansiosas por saber quem são. É engraçado como nós dificilmente sabemos quem somos ou de que somos capazes, mas conhecemos exatamente quem são nossos amigos, sabemos seus pontos fortes e fracos. Essas quatro garotas também são assim, como eu e você.

Carmen ama teatro, é calma, mas tem temperamente forte, pode inclusive ser cruel quando se sente ameaçada, ela é insegura com relação ao seu corpo, insegura em sua relação com seus pais divorciados, e completamente despreparada para lidar com as surpresas (principalmente as más surpresas).
Bridget é um furação de energia, ela se entrega completamente, às vezes ela se foca em algo de tal maneira que não enxerga os contras daquilo, as consequências de um ato seu, definitivamente sua teimosia a leva para situações dificeis.
Lena escolheu que é melhor estar sozinha do que mal acompanhada. Sabe quando nos fechamos para vida e nos contentamos com o que temos, desistindo de tentar algo novo? Evitando riscos à qualquer custo para não arriscar a nossa vidinha estável? Essa é a Lena, que precisa cruzar o mundo para descobrir que riscos são necessários, por mais que tenhamos medo deles. Eu tenho medo de correr riscos também e me identifiquei muito com Lena.
E Tibby? Não tenho palavras para Tibby, ela me impressionou. A história de Tibby é a mais bonita do livro até aqui. Tibby se baseou em aparências e precisou da sinceridade de uma nova amiga para mostrar à ela a beleza do que está por dentro, e não por fora. Tibby conheceu Bailey, uma menina de 12 anos quase que por acidente, mas ao final a energia e a lealdade de Bailey salvou Tibby e Tibby, com sua sagacidade salvou Bailey. Tibby e Bailey foi de longe a parte mais emocionante desse livro e foi duro, muito duro acompanhá-las e ao final, tive vontade de chorar porque me emocionou cada linha sobre essas duas meninas tão únicas.

É complicado contar a história, é tudo tão simples que pode até parecer clichê, mas não se prenda à essa idéia, por favor! A trama criada por Ann é tão emotiva, verdadeira, real, intensa, cativante e delicada, que conforme a leitura avança, fica impossível não se sentir também parte dessa irmandade apaixonante de meninas. A "Calça" na verdade, é apenas algo simbólico para um sentimento intenso e talvez o mais difícil de se encontrar no mundo atual, a amizade verdadeira, sincera e desinteressada. 

A Irmandade das Calças Viajantes é sim um livro juvenil, mas com personagens maduros, garotas que estão crescendo e atravessando situações que não esperavam vivenciar, tendo que lidar com seus próprios medos, receios. As personagens são fáceis de gostar, fáceis de aceitar, fáceis de se identificar. A trama, ainda que simples, é retratada de uma maneira leve, honesta e delicada, que prende o leitor.
A narrativa está em terceira pessoa, mas à todo instante podemos saber o que pensam e sentem essas quatro garotas. 

Os personagens secundários, à exceção de Bailey e Kostos, são apenas secundários até aqui. O destaque fica para a pequena e apaixonante Bailey, uma das garotas mais especiais que eu já vi, eu posso fechar os olhos e imaginar Bailey diante de mim, e é impressionante o impacto que a personagem teve em mim, tanto quanto teve em Tibby.

Temos aqui um grupo de amigas, que vai passar um verão inteiro separadas. Carmen vai visitar seu pai. Bridget vai para um acampamento de verão. Lena vai estar com seus avós na Grécia. E Tibby vai continuar na cidade, trabalhando e tentando crescer em meio à uma família um pouco caótica. A autora desenvolveu com perfeição quatro tramas paralelas, e eu me senti presa à todas as histórias. É fácil entender cada uma das meninas e aceitá-las sem julgar.
O livro tem momentos de esperança e momentos carregados de emoção e foi muito mais do que eu esperava.
"Uma bela surpresa" é a minha definição para A Irmandade das Calças Viajantes.







Ann Brashares nasceu na Virgínia e cresceu em Chevy Chase, Maryland, com seus três irmãos. Estudou Filosofia na Universidade de Columbia, em Nova York. Trabalhou no setor editorial até o ano de 2000, data da publicação de seu primeiro livro, The Sisterhood of the Traveling Pants (A Irmandade das Calças Viajantes), onde alcançou um inesperado êxito entre o público adolescente e com isso se seguiram outras três continuações da mesma série. Ann vive atualmente em Nova York com seu marido e seus quatro filhos. Passa o verão sempre em Fire Island.

Web Page Oficial: http://annbrashares.com/

Twitter: Ann Brashares

E vocês? Já conferiram a história das quatro amigas? Assitiram ao filme?

Um Grande Beijo! Nos Lemos !!!!


3 comentarios:

  1. Nunca vi o filme e nem li o livro. Não me chamou atenção, pra falar a verdade.
    Gostei muito da sua resenha. Parabéns!
    Beijos
    Balaio de Babados

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  2. Oii Alice,
    Nunca li o livro e nem assistir o filme, para ser sincera só conhecia o filme, nem sabia que tinha um livro :O
    Como eu adoro juvenis com certeza é um livro que eu leria.
    Não nesse momento, mas quem sabe daqui uns meses ( sou meio de lua para leituras, as vezes quero ler aventura, as vezes romance).
    Mas com certeza eu vou ler!
    Fico feliz que tenha gostado e parabéns pela resenha!
    Bjs
    http://diarioelivros.blogspot.com.br/

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  3. Oi Alice, tudo bem?
    Ótima resenha! Não conferi nem a adaptação cinematográfica, mas achei bem interessante e estou pensando em assistir.
    Afinal, todas nós já passamos por dramas da adolescência, então é difícil não se identificar, né? =) Que legal que o livro surpreendeu!
    Beijos,

    Priscilla
    http://infinitasvidas.wordpress.com

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