(Review 292) - Letal - De repente, no último livro

26 de junio de 2019

(Review 292) - Letal

Título original: Lethal
Autor: Sandra Brown
Editora: Rocco (Brasil) / Grand Central Publishing (USA)
Páginas: 432
Ano de Publicação: 2011 (EUA) / 2019 (Brasil)
Gênero: Suspense Psicológico
Valoração: 

Ao escutar sua filha de quatro anos gritar que há um homem deitado no jardim da casa, Honor Gilette corre para ajudá-lo. Mas este homem vem a ser Lee Coburn, um foragido acusado de assassinar sete pessoas a sangue frio na noite anterior. Perigoso, desesperado e armado, ele promete não machucar mãe e filha desde que Honor faça tudo o que ele mandar. Sem alternativa, Honor aceita sua palavra, até que testemunha um chocante ato de brutalidade e descobre que nem sequer pode confiar nas pessoas mais próximas dela. Coburn afirma que Eddie, o falecido marido policial de Honor, possuía algo extremamente valioso que deixa as duas - mãe e filha em grave perido. Honor não faz a minima idéia do que o marido escondia, mas Coburn a convence de que tal coisa precisa ser encontrada a qualquer custo, antes de cair nas mãos do Contador, um impiedoso chefão do crime e assassino cruel. Dos escritórios do FBI em Washington até um velho barco camaroeiro no litoral de Louisianna, Coburn e Honor fogem para salvar suas vidas das próprias pessoas que juraram defendê-los. Arriscando-se a tudo, vão desvendando uma rede de crimes e perversidades que ameaçam não só a eles, mas a própria sociedade. Repleto de ação, suspense e fortes emoções, Letal é uma história eletrizante sobre corrupção, traição e assassinato, em que os valores em jogo não poderiam ser maiores. 


Minha opinião:

Letal é o mais novo lançamento em português da autora Sandra Brown. É um thriller romântico que, embora siga o ritmo esperado e mantenha as características de sempre em livros do gênero, consegue surpreender o leitor nas revelações finais, mantendo a missão de manter o mistério. 

A trama nos apresenta uma viúva, Honor Gilette, que vive sozinha e reclusa com sua filhinha de quatro anos, Emily. Certo dia, quando Honor acreditava que teria mais uma noite de descanso e tranquilidade, ela é surpreendida pela presença de um homem aparentemente ferido em seu quintal. Quando Honor se aproxima para oferecer ajuda, percebe que se trata de um criminoso, acusado de cometer um massacre pouco tempo antes. 
Lee Coburn é misterioso, esquisito e durão. Ele alega que o falecido marido de Honor, Eddie Gilette, sabia de um segredo valioso e que as provas disso está com Honor. 
Honor não sabe de nada, muito menos seu sogro super protetor, Stan Gilette. Mas Coburn não vai desistir até encontrar as evidências que Eddie aparentemente escondeu. E para isso, se preciso for, irá sequestrar a mulher e a criança, em uma luta contra um chefão do crime conhecido como O Contador que não medirá esforços pra capturar Coburn. Usando de aliados poderosos e se beneficiando com sua identidade anônima, O Contador não tem misericórdia e no meio do caminho até Coburn não se importará em liquidar com qualquer um, incluindo Honor e sua filhinha.

Nunca havia lido nada de Sandra Brown, no entanto o nome da autora já era conhecido, ela tem uma porção de livros publicados e todos são bem elogiados. 
Eu até gostei da escrita da autora, direta e carregada de tensão, o livro inteiro é uma fuga implacável e uma caça sem limites à Coburn que deixa o leitor roendo as unhas, tentando entender quem é Coburn, porque ele é tão importante e se Honor realmente é vítima ou esconde algo. A autora vai brincando com essas possibilidades todas ao longo do livro e isso vai mantendo o leitor preso à história, além de termos vilões bem caracterizados, como Diego, um matador cruel, que embora não seja um personagem importante, participa de maneira contínua da história e nos permite conhecer o lado mais obscuro de pessoas abandonadas à própria sorte, em um país estranho, tendo que sobreviver sem perspectivas. Diego é o retrato de um jovem sem apego e sem esperanças e isso é um pouco assustador, é o personagem mais perverso e mais realista da trama, e mesmo depois de terminar o livro, ainda me peguei pensando nele, pois é um personagem que causa terror, mas também tem uma trajetória que não nos deixa indiferentes. Gostei da autora ter trabalhado com isso, e nos mostrado o essencial do personagem para que pudéssemos, de certa forma, tentar entender sua mente. 

Outro dos vilões, O Contador, resulta na grande charada do livro. Durante toda a leitura ficamos às cegas com sua verdadeira identidade, e só descobrimos nos capítulos finais, e com o tempo isso se torna o ponto alto da história, já que tudo passa a se centrar neste vilão. A autora conseguiu manter o suspense, porém, embora tenha gostado da revelação final que me pegou desprevenida, ao mesmo tempo me decepcionei com outros aspectos do final.
A autora inseriu um epílogo muito necessário à trama, mas decidiu deixar em aberto o destino final de alguns personagens e isso me deixou mega frustrada porque, sejamos sinceros, em 430 páginas a gente meio que se apega né?
De qualquer maneira, o conflito principal foi resolvido de maneira inteligente e a narrativa, fácil e intensa, ajudou a terminar o livro em uma sentada praticamente.

Como ponto negativo destaco algumas situações que não me convenceram de jeito nenhum. O grande segredo de Eddie por exemplo estava tão bem guardado que no final ficou difícil crer nas "casualidades" que levam Coburn a desvendá-lo. Essa foi uma parte que senti falha. Me pareceu que a autora quis criar algo tão mirabolante que acabou caindo na própria armadilha e exagerou na surpresa.

Já o que mais gostei foi conhecer esse lado mais corrupto das polícias que atuam na estrada, do tráfico de mercadorias e pessoas, uma rede que é bem mais extensa do que a gente sequer pode supor e que alcança níveis importantes do governo, corrompendo até mesmo os que deveriam estar acima de suspeita. 
Em Letal todo mundo é pra lá de suspeito, até porque o esquema que o livro apresenta envolve crimes e subornos milionários então nem o mais pacato cidadão da cidadezinha de Tambour escapa das suspeitas do leitor. 

Concluindo...
Em resumo, Letal é bacana pra quando a gente quer ler um livro que parece filme, literalmente. É aquele tipo de trama que a gente consegue visualizar aparecendo nas telonas e, obviamente, é fácil de prender quem gosta de alguma ação, doses de suspense e personagens mega corruptos. É um suspense policial que aborda um assunto delicado, consegue trazer ao leitor uma reflexão importante sobre algo discutido superficialmente na sociedade, usando de uma linguagem simples e direta.

"Os olhos dele, com suas surpreendentes qualidades realçadas ainda mais pela camuflagem improvisada no rosto, tinham transmitido seu pesar, tanto quanto suas palavras. "Desculpe". Ela acreditava que ele fora sincero".



"Sua infância difícil o tornara cínico... Frequentemente era cruel, possivelmente porque percebera quanto essa crueldade era eficaz para a obtenção de resultados. O que quer que disesse ou fizesse não sofria qualquer filtragem; saía direto porque ele sabia que a hesitação poderia ser fatal. Não se preocupava com o arrependimento futuro, porque não esperava viver até a velhice, quando as pessoas, tipicamente, reexaminam as decisões e ações mais importantes de sua vida".


A autora americana Sandra Brown estudou Jornalismo na Universidade do Texas e trabalhou como modelo em sua juventude, além de já ter sido apresentora de um programa na TV. Além disso, Brown também se aventurou na mundo do Atletismo. Mas, onde Brown realmente alcançou destaque foi em sua carreira na Literatura, escrevendo livros desde 1981, em sua grande maioria suspenses românticos. Vencedora de vários prêmios, seus livros foram publicados no Brasil pela Editora Rocco e já foram traduzidos à vários outros idiomas.

Web Page Oficial: https://sandrabrown.net/

Twitter: Sandra Brown



Até a próxima, 


Ivy

14 comentarios:

  1. Ual que história heim, eu não conhecia esse livro e achei a história bem interessante, apesar de não ser o que tenho buscado ultimamente para ler, mas ainda assim irei colocar na minha lista, quem sabe futuramente eu faça a leitura, amei.

    Beijos

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  2. Olá, Ivy.
    Se não me engano eu já li um livro da autora. Eu tenho problemas com finais abertos. O livro pode ser maravilhoso se o final for aberto a minha nota não vai ser a máxima hehe. Quero tudo explicadinho hehe. Mas ainda assim acho que é um livro que eu leria.

    Prefácio

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  3. Oi, Ivy!
    Nunca tinha ouvido falar do livro, e não li nada da Sandra #shame. Mas, pelo que li sobre o enredo na sua resenha, não faz o meu tipo de leitura. eu indicaria para o meu namorado, no entanto hahahaha sobre se sentir um pouquinho frustrada com finais em aberto, te entendo. Você já leu Rainbow Rowell? Se não, cuidado, pois ela ama deixar finais abertíssimos hahaha

    beijos
    https://renatavarelaescreve.blogspot.com/

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  4. Oi, Ivy!

    Apesar de gostar de livros de suspense, não me arrisco muito nas leituras do gênero, mas esse me deixou super interessada! A trama parece ser muito bem elaborada, ainda mais se parece com estar assistindo a um filme, e fiquei bem curiosa pra descobrir qual é esse grande segredo.

    xx Carol
    https://caverna-literaria.blogspot.com/

    xx Carol
    https://caverna-literaria.blogspot.com/

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  5. Olá,

    Quando você disse que ele é tipo que parece um filme eu já fiquei pensando que acontece muita coisa rapidamente kkk curti a história, espero que possa ler logo porque no momento estou em plena ressaca literária kkkk

    Beijos
    abobrinhacomchocolate.com.br

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  6. Oi Ivy, tudo bem?
    Com a quantidade de fatos que parecem rolar ao longo da trama, pensei naqueles filmes do Liam Neeson, sabe? Tiro, porrada e bomba pra todo lado hahaha! Não sei se leria, mas gostei de saber mais a respeito.
    Beijos,

    Priih
    Infinitas Vidas

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  7. Oi Ivy,
    Acho que só li um livro da autora, e era romance de banca. Dizem que esse lado mais investigativo dela é melhor. Sou muito curiosa pra conhecer.
    Amo suspense, e adoro narrativas que expõem as sujeiras de autoridades haha.

    até mais,
    Canto Cultzíneo

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  8. Oi Ivy, eu não conhecia o livro, mas é bem no estilo que gosto, com ação, mistério, segredos e isso de não saber em quem confiar dá um nó no cérebro da gente. Ótima dica.
    Bjos
    Vivi
    http://duaslivreiras.blogspot.com/

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  9. Olá!! :)

    Eu confesso que nao conhecia este livro ainda, mas fiquei curioso com a leitura!! :) Que otimo que gostaste de fazer a leitura!

    Enfim, acho muito bem que a lingugem seja simples num enredo facilmente imaginavel num filme!

    Boas leituras!! ;)
    no-conforto-dos-livros.webnode.com

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  10. Nunca li nada da autora, mas saber que tem essa pegada de suspense e mistério me deixa curiosa para ler algo dela. Nem sabia sobre esse livro, é a primeira resenha que leio, e outro ponto que chamou minha atenção, e que eu gosto muito, é saber que tem um final surpreendente.
    beijos

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  11. Eu também li esse livro e devo resenhá-lo em breve. Thriller é meu tipo de leitura preferido, e eu realmente gostei dessa história mirabolante que saiu da cabeça de Brown.
    Adorei sua resenha... é muito legal saber as impressões de outras pessoas a respeito de algo que você também já leu.
    Abraços

    Carol, do Coisas de Mineira

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  12. Oi, tudo bem? Lembro do lançamento desse livro e toda divulgação em torno dele. Achei o enredo instigante e daqueles que nos prendem desde o começo. O que mais gosto em livros assim são as "armadilhas" que o autor vai colocando no decorrer da história como iscas que nos fazem criar milhares de teorias. Imagina não poder confiar em ninguém? Deve ser bem perigoso viver toda essa adrenalina. Uma pena ter esse ponto negativo. Beijos, Érika =^.^=

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  13. Olá! Tudo bem?

    No geral, gosto de livros que mais parecem filmes, acho que me fazem imaginar e me envolver no livro. A capa é linda!

    Beijos,
    Blog Diversamente

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  14. A premissa desse livro me atrai demais, eu acho muito interessante e tenho curiosidade. Eu gostei de ver a sua opinião sobre a leitura e a sua sinceridade, acredito que seria um livro que me agradaria e estou com vontade de ler em breve.

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