20 de octubre de 2020
(Review 392) - The Bone Houses - Emily Lloyd-Jones
Editora: Little Brown Books for Young Readers (EUA)
Ano de Publicação: 2019 (EUA)
Aderyn (Ryn), de dezessete anos, só se preocupa com duas coisas: sua família e o cemitério de sua família. Desde a morte de seus pais, Ryn e seus irmãos têm enfrentado uma existência miserável como coveiros na remota vila de Colbren, que fica ao pé de uma cordilheira severa e mortal que já foi o lar dos fae. O problema de ser coveiro em Colbren, porém, é que os mortos nem sempre permanecem mortos.
Os cadáveres ressuscitados são conhecidos como "casas de ossos", e a lenda diz que são o resultado de uma maldição de décadas. Quando Ellis, um aprendiz de cartógrafo com um passado misterioso, chega à cidade, as "casas de ossos" começam a atacar com uma nova ferocidade. O que é que os aproxima? E, mais importante, como eles podem ser interrompidos para sempre?
Juntos, Ellis e Ryn embarcam em uma jornada que os levará até o coração das montanhas, onde terão que enfrentar a maldição e as verdades há muito ocultas sobre si mesmos.
The Bone Houses é um livro diferente de tudo o que já li. É uma fantasia que fala muito mais sobre sobrevivência do que sobre conquistas ou reinos, e e tem um toque de magia bem diferente do comum, The Bone Houses traz zumbis, mas estes zumbis são diferentes do típico de sempre. Nada de ter se originado de um vírus mortal, uma epidemia. As origens dos zumbis de The Bone Houses são mais carregadas de misticismo e magia e eu gostei desse toque diferente e original.
A trama nos traz dois protagonistas, Aderyn e Ellis. Ryn é uma coveira do vilarejo de Colbren. Ela herdou essa profissão do pai, que desapareceu depois de ter sido contratado para uma expedição à uma antiga mina local. Ryn vive com os dois irmãos: Gareth e Ceridwen. E durante as noites a garota às vezes acampa perto da floresta, no intuito de devolver a morte aos mortos. As "casas de ossos", como ela chama os zumbis que se levantam novamente da morte, nunca haviam atravessado a linha da floresta. Ryn sempre acreditou que a magia que os mantinha despertos alcançava até este limite, além disso as cercas de ferro ao redor do vilarejo mantinham os moradores protegidos. Mas agora, o líder da comunidade, Eynon, decidiu desfazer a cerca e vender o ferro, na ganância por mais dinheiro. E justamente agora, as casas de ossos passaram a sair da floresta, sendo encontradas cada vez mais perto do vilarejo.
Ellis é um cartógrafo da capital. Ele foi encontrado pelo príncipe já há muitos anos, e foi criado como um nobre. Quando ele se perde na floresta e é atacado por uma casa de ossos, é a coveira Ryn que o salva. Ellis está um missão: ele quer fazer um mapa perfeito e detalhado da floresta e de Colbren. Ele precisa de um guia experiente para isso. Alguém que conheça o lugar. E Ryn precisa urgentemente de dinheiro para pagar a dívida de seu tio e não ser despejada de casa com seus irmãos. Assim, Ryn aceita ser a guia de Ellis além da floresta, mas, quando as casas de ossos se tornam cada vez mais violentas e imprevisíveis, Ryn e Ellis terão que alterar sua missão, arriscando suas vidas no coração da floresta, para encontrar e destruir a magia que criou as casas de ossos. A jornada é complicada, cheia de perigo, ameaças e revelações que podem mudar tudo o que Ryn achou que sabia.
Minha opinião:
A originalidade da trama me agradou em cheio. A origem das "casas de ossos" por exemplo remontam aos faes, e há toda uma lenda e misticismo ao redor que foi bem escrita e fundamentada pela autora. Eu gostei e me surpreendeu como esses detalhes foram aos poucos alcançando relevância na trama, e se tornando um ponto chave.
Os zumbis de Emily Lloyd-Jones são diferentes do típico. Eles são capazes de reagir como eram em vida. Parecem ser capazes de raciocinar e lutar também, mantém memória. Não são meras cascas. e foi bem bacana essa apresentação diferente do perfil dos zumbis.
Apesar do toque original e do tom cheio de magia que me surpreendeu bastante, senti que faltou algo neste livro para que ele realmente me prendesse e me encantasse. É um livro curto e a narrativa é simples e direta, mas a trama, em alguns momentos, senti que ficou parada, as revelações só vão se acumulando mais perto do final e, apesar da dupla protagonista ser interessante, faltou o brilho de personagens secundários que trouxessem mais para a trama.
A narrativa na terceira pessoa também não me convenceu tanto. Às vezes eu gosto de livros narrados assim, mas neste caso preferia ver a estória contada pelas vozes de Ryn e Ellis. Ficou difícil ter um vislumbre dos sentimentos deles, das emoções deles, e isso tirou um pouco da credibilidade. Eu li o livro sentindo que conheci pouco da Ryn e do Ellis, e em parte acho que foi por essa narração na terceira pessoa.
Eu gostei dos personagens, mas não consegui amá-los ou me afeiçoar à eles. A Ryn é durona, valente e fechada em seu próprio mundo, ela tem um monte de conflitos para lidar e a dor por não saber o que houve com o pai, isso transparece para o leitor. O Ellis tem limitações físicas por conta de um acidente, e os momentos em que ele sente incômodo e dor são bastante convincentes mas, apesar da carga emocional de ambos, me senti alheia. Não senti aquela afinidade imediata por nenhum dos dois.
E talvez, por conta da falta de empatia pelos personagens que o romance não foi o ponto forte para mim. Era esperado, era óbvio e acho que foi até necessário esse romance, mas achei morno, em parte por que não conseguia crer nos sentimentos deles. Parecia que eles estavam ali juntos muito mais por conta das circunstâncias do momento, por 'falta de opção' mesmo do que por um sentimento que passou a existir. No final isso até melhora bastante, mas não foi um romance arrebatador de jeito nenhum.
Falando em final, achei o final extremamente coerente e bem fechadinho. Houveram algumas surpresas que achei muito boas, a autora soube encerrar bem sua trama sem deixar nada solto e eu achei cada explicação dada bastante satisfatória. Foi um final de algumas emoções e reviravoltas que me deixou bem satisfeita.
Concluindo:
O que eu gostei:
➽ A origem dos zumbis / casas de ossos. É original e diferente do mesmo de sempre.
➽ A mitologia criada pela autora.
➽ O cenário, a floresta e seus detalhes.
➽ O final fechadinho
O que eu não gostei:
➽ Não consegui conectar completamente com os personagens.
➽ Romance morno
➽ Faltou algo na trama apesar de não ter nenhuma grande falha.
" A dor não torna uma pessoa fraca ou forte, - disse ela - A dor apenas existe. Não é um purificador. Ela faz parte da vida."
" Ela seguiu pela mesma razão que implorara à mãe por histórias de monstros. Os monstros eram irrestritos, ilimitados e bonitos em sua destruição. Eles poderiam ser mortos, mas nunca verdadeiramente derrotados."

Web Page Oficial: https://emilylloydjones.com/
Instagram: Emily Lloyd-Jones
Oi, Ivy
ResponderBorrarEu me interessei muito pela sinopse, mas os comentários meio que me deixaram bad porque eu não curto muito quando os personagens não cativam tanto, ou quando a gente percebe que a narrativa meio que tem algumas falhas, segurando tudo para o final e deixando outras partes mais lentas. Maaaas quero arriscar mesmo assim hahaha
Beijo
http://www.capitulotreze.com.br/?m=1
Oi, Ivy como vai? A premissa da obra é interessante. Que bom que foi uma experiência agradável de leitura para você, mesmo com algumas falhas. Gostei da capa do livro. Abraço!
ResponderBorrarhttps://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
Oi Ivy, tudo bem?
ResponderBorrarAdorei a resenha, e o novo formato com pontos positivos e negativos ficou muito legal.
Confesso pra você que o livro não me chamou tanta a atenção, e eu tenho tido resistência com fantasias. Por isso não seria um título que, no momento, eu priorizaria.
Beijos,
Priih
Infinitas Vidas
Oi, Ivy! Tudo bom?
ResponderBorrarAi eu fico tão decepcionada quando não consigo amar personagem. Especialmente quando tem ship envolvido, que aí dói duplamente a falta de amor.
Eu nunca tinha visto nada desse livro, acho??? Mas gostei do universo. A coisa de os personagens não terem conquistado, tho, me deixa meio sem vontade de tentar HASUHASUHASUH
Beijos, Nizz.
www.queriaestarlendo.com.br
Oi, Ivy!
ResponderBorrarAcho que só de saber que a história é fechadinha, já daria uma chance! Odeio narrativas com furos no final e que não fornecem explicações suficientes :(
É realmente bem original mesmo! Que pena que o romance é morno haha
Estante Bibliográfica
Oi Ivy,
ResponderBorrarEu não conhecia, mas super adorei. Meus treco em Escorpião amam narrativas de moribundos. haha
Mas jamaaaais que ia quer um emprego desses.
Eu gostei desse lance da construção dos zumbis ter uma pegada diferente, fiquei curiosa.
E, claro, pra saber o que aconteceu com o pai da menina. Fiquei imaginando que quando um deles levantar, capaz de ser ele... será?
Super quero conhecer.
tenha uma ótima semana :D
Nana - Canto Cultzíneo
Oi, Ivy!
ResponderBorrarEstava ansiosa pela sua resenha desse livro, e agora tô ansiosa pra poder ler a obra hahaha você sabe se tem previsão pra chegar no Brasil? Achei a premissa maravilhosa, a originalidade em torno dos zumbis é mesmo um ponto que chama bastante a atenção e me deixa curiosa, acho que só por isso dá pra relevar os pontos negativos haha
xx Carol
https://caverna-literaria.blogspot.com/
Oiii Carol
BorrarPor enquanto acho que nenhuma editora no Braisl adquiriu os direitos dele não, infelizmente.
Olá, Ivy.
ResponderBorrarEu já comecei gostando dessa capa e também achei a ideia do livro bem diferente por isso já me interessei em ler ele. Nas pelo que vi não tem por aqui ainda. Eu já ia morrer nos zumbis bobos imagine com esses então, não durava nem um dia hehe.
Prefácio
Se eu preciso de um livro de zumbis nesse momento, é esse kk. Gostei bastante da representação dessa criatura mais mórbida no livro e posso curtir a história.
ResponderBorrarAbraço
Imersão Literária
E eu achando que esse livro seria uma série... chocada! Gostei de saber que é de zumbi e que eles são diferenciados, mas uma pena que você não conseguiu se conectar muito na trama.
ResponderBorrarBeijos
Balaio de Babados
Oi Ivy,
ResponderBorrarRealmente, nunca li nada parecido! E até que estou em uma boa fase para fantasias, o romance morno não me atrapalha tanto já que no fundo até tem um romance, então gosto, mas não leria só por não ter em português ainda... Uma droga isso, porque você traz tantas dicas boas que fico só fazendo a listinha kkkkk
beijos
http://estante-da-ale.blogspot.com/
Esse ano estava previsto de chegar um monte de novidade bacana em português mas com essa pandemia um monte de coisa cancelou. Torcendo para que esse e outros venham para o BR. É uma leitura diferente do habitual que a gente encontra, e isso é sempre bacana
BorrarNão sou muito de ler livros com zumbis, mas a narrativa parece ser muito interessante!
ResponderBorrarwww.vivendosentimentos.com.br
Oi Ivy! Eu já li alguns livros que se passavam neste tipo de cenário, mas não com este tipo de premissa. Apesar das suas ressalvas, eu confesso que fiquei vidrada e morrendo de vontade de ler. Bjos!! Cida
ResponderBorrarMoonlight Books
Oiê Ivy!
ResponderBorrarAdorei a premissa, apesar dos personagens não terem cativado tanto... Ainda assim, a história foi boa!
Eu fiquei curiosa - acho que também por estar numa vibe meio fantasia
Ja marquei no goodreads - confesso que ainda tenho um pouco me medo de me arriscar na fantasia em inglês
venho lendo alguns romances, mas quem sabe nao seja esse? Voce classificaria ele num intermediario?
Bjs!
Pâm
Blog Interrupted Dreamer
Sim Pâm, com um inglês intermediáro dá pra ler ele tranquilo porque apesar de ser fantasia ele não é cheio de novos termos e nem se passa em um mundo imaginário, entãdá para entender bem a maioria dos diálogos e trama.
BorrarOi
ResponderBorraruma pena que não conseguiu se conectar tanto com a história, pelo menos gostou da leitura e legal que ela possui originalidade, fiquei curiosa para saber da origem dos zumbis,
http://momentocrivelli.blogspot.com/