(Review 389) - A lady`s guide to etiquette and murder (Countess of Harleigh Mystery #1) - Dianne Freeman - De repente, no último livro

2 de octubre de 2020

(Review 389) - A lady`s guide to etiquette and murder (Countess of Harleigh Mystery #1) - Dianne Freeman

Título original: A lady´s guide to etiquette and murder
Autor: Dianne Freeman
Editora: Kensington Publishing Corp. (EUA) 
Páginas: 264
Ano de Publicação: 2018 (EUA) 
Gênero: Romance de época / Mistério de época
Saga: Countess of Harleigh Mystery
1. A lady´s guide to etiquette and murder 
2. A lady´s guide to gossip and murder 
3. A lady´s guide to mischief and murder
Valoração: 
Goodreads / Amazon / Skoob


Neste emocionante mistério ambientado na Inglaterra vitoriana, uma jovem viúva encontra os prazeres - e as armadilhas escandalosas - de uma temporada social em Londres.

 

Frances Wynn, a condessa de Harleigh nascida nos Estados Unidos goza de mais liberdade como viúva do que como esposa. Depois de pasasr um ano no luto obrigatório pela morte de seu marido mulherengo, Reggie, ela deixa de lado os vestidos pretos monótonos, abandona a vida no campo e também a companhia de seu cunhado avarento para trás. Com sua pequena filha a reboque, Frances aluga uma casa em Belgravia, e se prepara para receber sua irmã, Lily, que chega de Nova York para sua primeira temporada em Londres. Assim que Frances começa sua nova vida, os fantasmas da antiga aparecem de forma indesejável. A polícia metropolitana recebeu uma carta anônima implicando Frances na morte do marido. Frances garante ao inspetor Delaney sua inocência, mas ela também quer evitar que ele saiba das circusntâncias escandalosas da morte de Reggie.

 

Por vontade do destino, seu novo vizinho elegante, George Hazelton, é uma das duas únicas pessoas que conhecem a história completa. Enquanto está ocupada com os compromissos sociais em nome de Lily, e se preocupando se Reggie realmente foi assassinado, Frances descobre assaltos misteriosos que assolam a elite de Londres. A investigação traz a morte à sua porta, e Frances precisa unir seu juízo, um círculo de fofocas e o sempre cavalheiresco Sr. Hazelton para descobrir a verdade. Um assassino está entre eles, talvez até mesmo entre os pretendentes de sua irmã. E Frances deve desmacarar o vilão antes que a temporada de Lily - e suas vidas - cheguem ao fim mais impróprio. 

A condessa de Harleigh, Frances Wynn, acaba de passar por um evento traumático. Ela agora é viúva. Seu marido teve um infarto logo após uma festa na mansão da família. O mais desconcertante foi que a morte ocorreu no quarto de hóspedes onde dormia sua amante, lady Alicia. Quando Alicia, apavorada com a hipótese de um escândalo decide chamar Francis em seu quarto, Francis quer mais é que a amante e o marido infiel sejam expostos. O problema é que na Londres da era vitoriana, o nome da esposa e do restante do clã Harleigh também se veria inevitavelmente manchado. Sendo assim, Francis acaba se vendo na incômoda situação de ter que remover o cadáver do marido para o quarto dele, com a ajuda de Alicia e de um outro convidado da festa, o discreto sir George Hazelton


Francis enfrenta bravamente todo o período de luto, enquanto é obrigada a suportar seu cunhado interesseiro Graham, e a esposa deste, Delia, uma madame obcecada em reformar a velha mansão Harleigh que não poupa esforços, e nem os dólares americanos de Francis, para fazer seu sonho acontecer. Até Francis decidir dar um basta e se mudar com sua filha Rose  para uma bela casa em Londres. 

A casa é ótima, o lugar é incrível e Francis está exultante com sua nova liberdade. Até que ela descobre que seu vizinho é o próprio George que a salvou do vexame na morte do marido. Como se fosse pouco a vergonha de rever George, alguém escreveu uma carta para a polícia de Guildford, acusando Francis de ter tramado para assassinar o marido, e agora Francis vai ter que lidar com o inspetor Delaney  na sua cola. Mas a cidade de Londres está bem inquieta, há um ladrão à solta e as jóias da nata da sociedade estão desaparecendo em seus jantares mais caros. As evidências apontam que um dos convidados é o culpado, mas entre viscondes, duques e condes poderosos, como será possível desmascarar um ladrão?


Francis acaba mais uma vez envolvida por acidente nos caminhos do tal ladrão já que agora ela passou a frequentar os bailes da alta sociedade também. Sua irmã mais nova, Lily, acabou de chegar dos Estados Unidos, para ser apresentada na temporada londrina e arrumar um bom marido. Junto com Lilly chegou também a perspicaz tia Hetty, a tia favorita das duas irmãs, uma mulher esperta e com um faro incrível para bons negócios, e para ajudar a resolver crimes. 

Quando Francis acaba sendo envolvida no roubo de um bracelete, ela está determinada a encontrar o culpado antes do inspetor Delaney, para assim limpar de uma vez seu nome. George, o solícito vizinho, também tem seus motivos para investigar os misteriosos crimes, e quando Lilly começa a receber seus pretendentes, Francis desconfia que cada um dos três pretendentes de Lilly pode ser o procurado ladrão, e assim Francis e George unem forças para caçar o culpado, sem jamais perder a hora para o baile do momento ou mesmo para um bom chá da tarde.


Minha opinião:


Fazia tempos que não lia um romance de época e, ainda que este seja mais um mistério de época, foi gostoso ser transportada novamente para o passado, e  A lady´s guide to etiquette and murder  cumpriu seu papel. A narrativa da Dianne Freeman é bem leve, fluída e fácil de acompanhar. Eu gostei como a autora conseguiu apresentar uma trama leve e divertida, sem apelar para excessos. 

O que mais gostei foi a ambientação, a autora retratou super bem o mundinho da sociedade londrina daquela época, os costumes, maneiras e neuras ficam bem explícitos, e eu achei interessante porque apesar de ser um livro "de época", também é um livro feminista à sua maneira, pois Freeman nos mostra as proezas de três personagens femininas super diferentes entre si, e ao mesmo tempo inteligentes, perspicazes e talentosas. 



O mistério é bem simples, e vai se desenrolando devagar, a gente até pensa que não vai dar em nada conforme vai lendo porque a autora coloca um pouco as coisas em secundário para desenvolver a trajetória de cada personagem, mas aos poucos alguns fatos vão acontecendo e se entrelaçando, fazendo o leitor se perguntar se tudo é culpa da mesma pessoa ou se teremos uma conspiração de vários culpados e tentando descobrir junto a Frances e George quem é o misterioso ladrão de jóias.

Eu gostei bastante do mistério, é simples mas bem feito e intrigante, e eu não consegui adivinhar o culpado de jeito nenhum, a autora consegue enganar bem e apresentar alguns suspeitos que a gente se questiona mas não encontra culpa. Eu gostei aliás bastante da conclusão disso pois foi inesperado e surpreendente, as razão por trás de tudo foi crível e coerente.



O meu grande porém com esse livro é que, talvez por eu não estar habituada a ler romances de época, eu esperava uma trama mais ágil, e achei que faltou emoção à estória. Tudo é muito bom, mas não empolgante. Ficou para mim uma trama simpática e divertida para ler entre leituras densas, mas que poderia ter sido bem mais do que apenas isso.



Frances, a protagonista, é doce e irresistível, eu adorei seus comentários e suas ponderações sempre certeiras, ela me surpreendeu bastante porque embora à princípio se porte como mais uma viúva das antigas se dobrando à mil vontades de outras pessoas, à partir do momento em que ela toma as rédeas de sua vida se torna mais questionadora e forte. Frances tem orgulho de ter se tornado uma mulher novamente solteira e ela defende sua liberdade sem medo e sem melindres também. Eu gostei porque Frances é sutil em seus objetivos de vida, mas embora sutil ela é decidida e firme no que se propõem a fazer e conquistar.



George é o fiel escudeiro de Frances. À princípio a relação deles é meio esquisita porque afinal ele ajudou Frances a transportar o cadáver do marido de volta ao quarto, depois de ser encontrado na cama da amante, então ele tem esse segredo que poderia arruinar a reputação dos Harleigh, mas ele é discreto e leal, e com o tempo esse estranhamento entre a Frances e o George vai se tornando uma amizade e uma cumplicidade enquanto perseguem o culpado pelos crimes e tentam proteger Lily de cair nas mãos de um aproveitador. Fica sempre no ar a sensação de que eles são mais do que amigos e estão flertando um pouco, e o George é todo um cavalheiro, a gente nunca sabe decifrar suas atitudes. No entanto, achei o personagem um pouco surreal. Vejamos, George é rico e solteirão. E apesar de ser solteiro, vive uma vida extremamente pacata. Aparentemente ele nunca se interessou por ninguém e ai, do nada, está disposto a largar tudo e se casar com a Frances para protegê-la. Achei pouco crível que alguémna idade do George, rico, de família aristocrática e pacato estivesse ainda solteiro na Inglaterra do século XVIII e depois, achei mais estranho ainda ele estar determinado em se casar com a Frances como se suas convicções de solteirice tivessem virado farelo. E eles nem tinham um relacionamento. Oras, se ele estava convicto em permanecer solteiro até então, pareceu que ele mudou rápido demais de idéia, sem sequer conhecer a Frances profundamente e nem ter tido nada com ela. Enfim, isso me deixou um pouco incômoda na caracterização desse personagem. 



Além deste casal principal, temos vários outros de grande destaque, como os pretendentes da Lily, que estão sempre aparecendo em vários momentos suspeitos. Temos a própria Lily, a irmã mais nova da Frances que acabou sendo minha personagem favorita. A Lily é crível. Ela representa bem uma mocinha da era vitoriana. Ela é doce, romântica e sonha em casar com um ótimo partido, mas também tem personalidade, é inteligente e quando precisa não tem muitas papas na língua, eu gostei da irreverência da personagem que às vezes roubava a cena. Além dela temos a tia Hetty, a tia solteira de Frances e Lily que tem uma mente incrível, mas se vê privada de tomar decisões simplesmente por ser mulher. Embora a Hetty não pareça se incomodar com isso, porque aquela era a sociedade da época, ao mesmo tempo a autora expõem bem o quanto era difícil ser mulher, ter atitude e muitas vezes não poder agir ou nem aparecer demais, simplesmente por ser mulher. 



Os personagens secundários, todos, no geral são bons. Alguns que mereciam mais destaque como o inspetor Delaney e o cunhado de Frances, o Graham, acabaram aos poucos ficando em secundário e não despontaram como prometia, mas ainda assim tiveram bons momentos. 


Concluindo...

O que eu gostei:

Ambientação bem feita

Costumes e maneiras retratados com exatidão e sem excesso de descrições

 Personagens femininas inteligentes e intuitivas

 Mistério leve, mas cheio de surpresas

 O grande culpado foi a maior reviravolta para mim, a autora me pegou direitinho.



O que eu não gostei:

 O ritmo às vezes decai e a trama pode se tornar lenta no início.

 Faltou romance para adoçar a trama.

 O modo de vida do "mocinho", seu caráter e algumas de suas decisões me pareceram um pouco contraditórias.

" Eu queria me casar com o melhor partido que pudesse encontrar. E uma vez que fiz, pensei que já havia cumprido com meu dever. Mas a coisa não acaba aí. O matrimônio é o começo de uma nova vida na qual você se encontra a mercê de um homem que é pouco mais do que um estranho."

 


"- Quantas pessoas querem me matar, inspetor?

Seus lábios se curvaram em um sorriso. Era a primeira vez que eu o via sorrir de verdade.

- Não sei quantos, milady, eu só quero assegurar que nenhum deles consiga."


Dianne Freeman é uma autora americana. Amante da leitura desde sempre, Dianne abandonou uma carreira no mundo das finaças corporativas para se dedicar à sua verdadeira paixão: escrever. Depois de ser co-autora em um livro de não ficção, "Haunted Highway, The Spirits of Route 66", ela se deu conta de que seu verdadeiro amor era a ficção, os mistérios históricos especialmente. Também se deu conta de que não gosta muito do inverno, e por essa razão ela e seu marido buscam viver um verão interminável, alterando a residência entre Michigan e o Arizona. Dianne foi indicada a um prêmio Agatha e também a um renomado prêmio Mary Higgins Clark, e foi ganhadora do prêmio Lefty 2019, como melhor estréia em mistério.

Web Page Oficial: https://difreeman.com/


Instagram: Dianne Freeman










Até a próxima, 


Ivy

12 comentarios:

  1. Eu tô lendo um livro de época agora, apesar deles sempre me darem muito trabalho (sinto que me esforço mais para ler um livro assim) esse que estou lendo está sendo bem fácil e empolgante!
    Um brinde aos livros de época!!!

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  2. Olá
    Eu não conhecia esse livro mas achei interessante, vou deixar anotado. Adorei a resenha.

    Beijinhos
    https://focadasnoslivros.blogspot.com/

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  3. Oi Ivy,
    Vou te falar uma coisa, se falta romance, eu sei que não vou gostar! kkkkkkk
    Até nas fantasias, eu procuro amorzinho para me apegar, então mesmo que esse livro seja lançado aqui no Brasil, vou acabar não lendo, rs.
    beijos
    http://estante-da-ale.blogspot.com/

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  4. Oi, Ivy como vai? Que bom que o livro tenha lhe agradado. Não costumo ler romance de época com frequência, mas este aí parece-me bem desenvolvido. Ótima resenha. Abraço!


    https://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/

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  5. Oi Ivy! Eu leria só por conta de ter mistério e achei ótimo isso dentro de um romance de época. Ter personagens femininas fortes é um bônus e já digo que quero ler sem falta.
    Bjos!! Cida
    Moonlight Books

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  6. Olá, Ivy.
    Eu uso os romances de época exatamente como você descreveu, para intercalar com leituras mais pesadas. Agora sem romance não dá hehe. Mas achei a capa belíssima e a história interessante e se lançar por aqui vou querer ler com certeza.

    Prefácio

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  7. Oie Ivy!

    O mocinho é meio contraditório? Poxa vida!!!!!
    Acho que eu sentiria falta do romance, mas parece que retrata bem e você se sente na sociedade londrina da época e isso achei bem interessante
    Pela capa eu seria facilmente enganada kkkkk

    Beijocas da Pâm
    Blog Interrupted Dreamer

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  8. Oi, Ivy
    Gostei bastante do enredo, pra mim que respira romances de época sai do mesmo sabe? Mas essa falta de romance e o ritmo meio lento pode minar um pouco as minhas expectativas. Se o livro é lento, independente do gênero, mais chances eu tenho de abandonar ele hahaha mesmo assim anotei a dica!
    Beijo
    https://www.capitulotreze.com.br/

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  9. Oi Ivy,
    Sempre vejo uns e-books assim - de mistérios e capas com ilustração - na Amazon gringa e confesso que pego parte gratuita. haha
    Parece farofa pura, pra passar o tempo. Por isso curti a premissa desse, e se tiver oportunidade leio. Essa união delas pra resolver o mistério para ser uma aventura legal de acompanhar. Além da época em que se passa.

    tenha uma ótima semana :D
    Nana - Canto Cultzíneo
    Incrível que sempre tem uma tia.

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  10. Oi Ivy,

    Adorei o final da resenha onde você ressalta os pontos que gostei e não gostou, difícil ver resenhas assim, ficou show!
    Agora sobre o livro eu confesso que não conhecia, mas a trama de romance de época + mistério me chamou muita atenção.
    Dica anotada com certeza.

    Bjs
    https://diarioelivros.blogspot.com/

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  11. Adoro livros ambientados na era vitoriana e com uma pitada de mistério é melhor ainda. Não sei se o livro me agradaria como todo, mas quero conferir já.

    Abraço

    Imersão Literária

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  12. Oi Yvi, tudo bem?

    Amo histórias ambientadas no período vitoriano! O último livro que li que tinha um toque de mistério e romance e que se passa nessa época é o segundo livro da série O Protetorado da Sombrinha. Fiquei bem curiosa de conhecer Ladys Guide to Etiquette, mesmo com as suas ressalvas a premissa me parece interessante.

    Beijos;*
    Ariane Reis | Blog My Dear Library.

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