(Review 322) - Winterkill (Winterkill #1) - De repente, no último livro

15 de septiembre de 2019

(Review 322) - Winterkill (Winterkill #1)

Título original: Winterkill
Autor: Kate A. Boorman
Editora: Harry N. Abrams (USA) / Océano Gran Travesia (Espanha)
Páginas: 323
Ano de Publicação: 2014 (EUA) 
Gênero: Thriller Juvenil
Saga: Winterkill
1. Winterkill 
2. Darkthaw
3. Heartfire
Valoração: 
Goodreads / Amazon / Skoob  


Siga pelo caminho incerto. Ninguém abandona o acampamento se quiser permanecer vivo. O inimigo que destroçou metade dos habitantes daquele lugar ainda segue ali, atacando durante as noites e mantendo à todos isolados em uma terra com um inverno implacável. Emmeline sabe muito bem disso, mas as árvores do bosque e seus sonhos parecem convidá-la a tomar o caminho incerto. Dentro da segurança das muralhas do acampamento lhe aguarda um casamento arranjado que ela não quer, e um outro garoto que jamais poderá ter. Mas o que será que há realmente do lado de fora? Uma terrível ameaça se aproxima e o inverno assassino está chegando...

Minha opinião:

Winterkill é um livro que desejava ler há algum tempo. Mesmo tendo lido algumas resenhas bem desanimadoras sobre a história, havia algo em sua premissa que me chamava muito a atenção. 

Apesar de ser um livro de narração pausada, até mesmo cansativa, foi uma leitura que conclui em poucos dias. De momento, enquanto escrevo essa resenha ainda tenho vários sentimentos mistos com essa primeira parte de trilogia que, embora tenha me intrigado por sua ambientação misteriosa e sua trama carregada de toques sombrios, reconheço que é o tipo de livro que pode não agradar à todos os leitores, especialmente aqueles que possuem dificuldades em seguir uma história de narrativa lenta, onde os fatos tardam um pouco em acontecer. 

Emmeline cresceu em uma comunidade isolada, onde o pânico se apoderou dos moradores que acreditam que ao abandonar as muralhas de seu esconderijo e aventurar-se no bosque poderão tornar-se vitimas do malmaci, um monstro que devora vítimas indefesas. Assim, durante gerações a pequena comunidade instituiu regras de sobrevivência, a fim de que todos pudessem viver em paz e união naquele espaço reduzido onde habitam. 
Para tanto são guiados por um grupo de homens, os membros do Conselho, que são basicamente os que instituem as leis e zelam pelo cumprimento das regras, punindo àqueles que transgridem alguma das regras. O pior de todos os castigos é certamente ser condenado à Encruzilhada, para sofrer uma dolorosa morte, preso dentro de uma jaula, esperando dia após dia o próprio corpo perecer. 
Emmeline já é mal vista desde sempre na comunidade, por causa do pecado de sua avó, que foi condenada à Encruzilhada. 
Como se fosse pouco, a garota possuí uma curiosidade aguçada e não consegue manter-se longe do bosque. Emmeline sente como se o bosque estivesse a chamá-la, convidando à desbravá-lo, até mesmo desafiando a garota de alguma maneira. E ela quer entender porque se sente cada vez mais livre fora dos limites da comunidade e porque até mesmo os bons homens respeitados parecem ocultar segredos.

O que gostei de Winterkill foi justamente a diversidade de temas que o livro trata. A autora soube abordar bem todo o efeito que o medo ao desconhecido pode exercer em um grupo de pessoas, e isso associado ao misticismo pode permitir que homens controlem populações inteiras como vemos no caso da comunidade de Emmeline.
A comunidade possuí  regras contraditórias, rígidas, que fazem o leitor questionar-se bastante já que grande parte dos fatos abordados fazem parte da realidade de sociedades que existem em nosso mundo atual. Embora a autora não faça referência à nenhuma religião específica, na trama em si fica tudo implícito já que a própria Emmeline por exemplo possui uma marca de ímpia por causa do pecado de sua avó, e até mesmo o próprio malmaci acaba sendo muitas vezes associado como uma figura enviada para a punição de um grande mal. 

A maneira sucinta como a autora soube tratar todos os temas foi muito boa, e eu gostei porque a trama traz diversos assuntos como o casamento arranjado, a pena de morte, o fanatismo e tantos outros de uma maneira bastante simples ao leitor. 

Apesar dos acertos a narração tem falhas, pois a história fica cansativa e arrastada. Os momentos mais intensos demoram para acontecer, alguns acontecimentos são muito previsíveis e não conseguem impressionar ao leitor, e por muitas vezes as páginas passavam sem que nada relevante acontecesse. É um livro que instiga e desperta a curiosidade, mas que ao mesmo tempo resulta pausado demais.

Os personagens são bons. Como se trata de uma trama pausada, sem ação ou demasiadas reviravoltas, a autora acaba traçando personalidades bem detalhadas em seus personagens, de maneira que grande parte deles é possível ao leitor conhecer profundamente, em especial Emmeline, uma protagonista forte que, apesar de suas limitações não se deixa abater e persiste acreditando na sua própria intuição.

Concluindo...
Winterkill é um livro que recomendaria com ressalvas. Quem não se importe em ler uma trama mais pausada, que está mais focada na ambientação e na construção da história do personagem, pode desfrutar e até mesmo se encantar pela história, pois a premissa é boa e mantem o leitor intrigado. No entanto, pra quem está em busca de histórias mais cheias de reviravoltas e emoções, acredito que esse não seja o livro ideal.


"Lutar contra si mesmo é loucura. É melhor aproveitar a dor do que me deixar afogar nela."

Kate A. Boorman é uma artista e autora que nasceu no Nepal, cresceu na pequena cidade canadense de Rimbey, Alberta e atualmente vive em Edmonton. Kate ama plantar ou simplesmente mexer na terra, sentar-se debaixo de um céu estrelado ou viajar à lugares exóticos com seu marido e seus dois filhos.
A trilogia Winterkill foi o debut da autora e ela já prepara para 2019 publicar um thriller juvenil chamado What we buried, sobre um garoto e uma garota forçados a encontrar seus pais biológicos desconhecidos.

Web Page Oficial: https://kateaboorman.com/

Twitter: Kate A. Boorman



Nos lemos, 

Alice

6 comentarios:

  1. Oi, Alice tudo bem? Eu estou doido para ler esse livro, apesar das resalvas que você mencionou. Eu gosto do gênero, então mesmo se não lhe agradasse, certamente eu iria lê-lo. Parabéns pela sua resenha, muito bem elaborada como de costume. Um abraço!


    https://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/

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  2. Oi, Alice

    Eu não tenho problemas com narrativas lentas e detalhadas desde que o ritmo seja interessante, o que não é bem o caso aqui. Achei a trama um pouco parecida com a do filme A Vila e também com a de um livro que li recentemente, The Grace Year.
    Essa histeria coletiva de acreditar em algo monstruoso e obedecer na maioria das vezes um grupo de homens sempre chama minha atenção. Por agora não tem como eu ler, tô lotada de livro atrasada até 2050 (obrigada, Record hahahahah), mas apesar das pequenas ressalvas eu fiquei curiosa.

    Beijos
    - Tami
    https://www.meuepilogo.com

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  3. Oi Alice! Então, no momento, esta história não seria para mim. Eu estou em busca de reviravoltas e muita emoção. Anoto dica para outro momento, pois a obra parece interessante. Bjos!! Cida
    Moonlight Books

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  4. Oi Alice!
    Thriller nao e meu forte. Geralmente nao me envolvo nas tramas e por isso evito. Nao gosto de ficar insistindo em livros que sei que nao vou curtir so pra criticar. Infelizmente esse nao me chama atenção, apesar dos pontos positivos.

    Abraços
    Emerson
    http://territoriogeeknerd.blogspot.com/

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  5. Oi Alice!
    Achei essa capa bem interessante, e nunca tinha visto esse livro!
    Bem, pelas ressalvas, acho q passarei a dica, até pelo fato de ser trilogia tbm; mas esse ar misterioso realmente dá vontade de conferir.
    Bjs
    http://acolecionadoradehistorias.blogspot.com

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  6. Oi, Alice!
    Livros com narrativas lentas não necessariamente me incomodam, então fiquei interessada.
    Não suuuuuuuoer interessada, mas despertou minha curiosidade.
    Nunca tinha ouvido falar dessa trilogia.

    Beijoooos

    Teca Machado
    www.casosacasoselivros.com

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