(Review 280) - Uma estranha em casa - De repente, no último livro

7 de mayo de 2019

(Review 280) - Uma estranha em casa

Título original: A Stranger in the house
Autor: Shari Lapena
Editora: Editora Record (Brasil) / Pamela Dorman Books (USA) / Suma de Letras (Espanha)
Páginas: 284
Ano de Publicação: 2012 (EUA) / 2018 (Brasil)
Gênero: Thriller / Suspense / Mistério
Valoração: 
Goodreads / Amazon / Skoob / Saraiva 

Uma vida da qual você não se lembra... Um passado do qual você não consegue escapar... Karen Krupp acorda no hospital, sem ter a menor idéia de como foi parar lá. Tom, seu marido, diz que a porta estava destrancada quando ele entrou em casa, as luzes acesas, e que a esposa provavelmente saiu às pressas quando estava preparando o jantar. Karen perdeu o controle do carro enquanto dirigia àa toda velocidade e bateu de frente com um poste. O mais estranho: o acidente aconteceu em um dos bairros mais perigosos da cidade. A polícia suspeita de que Karen esteja envolvida em algo obscuro, mas Tom tem certeza de que não. Ele está casado com ela há dois anos, conhece muito bem a mulher. Será mesmo? Vai perguntar tudo a Karen quando chegar ao hospital, dizer que a ama e que está feliz por ela ter sobrevivido, é claro. Mas Tom não obtém nenhuma resposta, porque ela não se lembra de absolutamente nada. 


Minha opinião:
Uma estranha em casa é o segundo livro que leio da autora Shari Lapena. O casal que mora ao lado, o debut de Lapena, foi um livro que gostei, mas não amei. Para Uma estranha em casa não tinha quase nenhuma expectativa. No grupo de leitura que participo as gurias já haviam comentado que a autora manteve o mesmo estilo de narração do livro anterior, portanto, admito que comecei o livro com um certo receio.

A trama nos apresenta a misteriosa dona de casa Karen Krupp, uma jovem e atraente desconhecida que, sofre um misterioso acidente em um bairro violento de sua cidade. A presença de Karen naquele lugar desperta dúvidas na polícia, mas quando um cadáver é encontrado bem perto de onde Karen esteve, o detetive Rasbach crê que a dócil dona de casa pode estar envolvida em algo mais obscuro do que se poderia crer no início. O marido dela, Tom, admite que sabe pouco do passado de Karen, mas seu amor incondicional à esposa o fará duvidar de todas as indagações da polícia. Enquanto isso, Brigid, a melhor amiga de Karen, começa a se sentir cada vez mais desconfortável diante de cada nova revelação. Ela crê que Karen pode não ser exatamente a inofensiva esposa e amiga que, no inicio, ela acreditou que fosse. E Karen, no centro desse furacão que ameaça sacudir sua vida, alega não se lembrar de nada do que aconteceu naquela noite misteriosa. Será que Karen está falando a verdade mesmo? Alguém pode estar armando uma cilada para a inocente dona de casa? Ou pode que ela tenha segredos prontos para sair à luz, mostrando que não é quem demonstrava ser? 

Uma estranha em casa é um livro de duas fases para mim. O início me pareceu enfadonho, lento. Não conseguia sentir empatia pelo casal principal, Tom e Karen Krupp. E os personagens secundários como a melhor amiga Brigid, ou os dois inspetores tampoco conseguiam me manter cativada à história. A trama demora pra engrenar, e esse estilo de narração de Lapena, em terceira pessoa, não ajudava à captar minha atenção. 
À partir da metade peguei o ritmo da leitura, e achei que a história melhora consideravelmente. Tanto que li toda a segunda metade do livro em um dia só, porque queria saber sim ou sim o que ocorreria ao final. É notável como tudo se torna mais interessante quando o mistério começa a ser desvendado, e as reviravoltas introduzidas na trama, apesar de serem um pouco previsíveis, ajudam para que a história se torne mais nebulosa e viciante. 
Como eu disse, os plots todos são previsíveis, não é nada super inovador. O leitor pode intuir o rumo de certa parte da história se prestar atenção ao perfil e atitude dos três personagens de maior destaque. Mesmo assim, acho que tudo foi bem orquestrado pela autora, transformando uma história comum em uma trama que o leitor vai aos poucos começando a questionar e desejando desvendar o desfecho definitivo. 

Eu fiquei angustiada em descobrir o que havia por trás da amnésia e do acidente de Karen. É o tipo de trama com poucos suspeitos, temos apenas três prováveis culpados, então o leitor se sente quase como um detetive também, tentando ler nas entrelinhas cada declaração feita pelos personagens. 

O legal da história é que Lapena consegue caracterizar bem seus personagens, especialmente o casal e a melhor amiga. Como já falei no início, não foram personagens que me conquistassem mas, todavia, reconheço que todos estão bem construídos. 
Tom se mostra tão leal e dedicado que foi difícil não suspeitar dele. A amnésia de Karen, me parecia conveniente, e quando as reviravoltas acontecem achei que ela se tornava cada vez mais suspeita, mas ao mesmo tempo havia um lado nela que me fazia crer que também pudesse ser uma vítima. E Brigid, a melhor amiga que sabe tudo e vê tudo, me parecia bastante obsessiva, ligada demais aos detalhes alheios. Isso sem mencionar seu marido, que sempre "desaparecia" quando mais convinha. Enfim, Lapena conseguiu trazer um rol de personagens certeiros para brincar com a mente do leitor. 

Concluindo...
Eu recomendo Uma estranha em casa pra quem gosta de um suspense domestic noir (aqueles suspenses que ocorrem dentro do ambiente doméstico e envolvem geralmente o casal e mais algum membro da família ou comunidade). Pra quem não tem muita paciência com livros de mistério que iniciam de maneira lenta e metódica, acredito que essa leitura pode não ser tão prazeirosa. Mas se você não se importa com uma trama que, vai "cozinhando à fogo lento" até alcançar o clímax, esse é um livro legal pra se ler e conhecer a escrita da respeitável Shari Lapena. Entre as duas obras publicadas pela autora, considero este bem superior à O casal que mora ao lado, de maneira que, se tivesse que indicar um livro da autora, seria Uma estranha em casa.



A suspeita é um sentimento insidioso. As dúvidas começam a surgir, detalhes que ele, anteriormente, foi capaz de ignorar.

Shari Lapena trabalhou como advogada e professora de inglês, antes de se tornar escritora. O casal que mora ao lado, seu primeiro thriller, foi finalista do Goodreads Choice Awards na categoria "Mistério/Thriller" e figurou várias semanas na lista dos mais vendidos do The New York Times. Os direitos de publicação deste livro já foram adquiridos por 24 países. 

Web Page Oficial: http://www.sharilapena.com/

Twitter: Shari Lapena


7 comentarios:

  1. Oi Alice, td bem?
    Esse thriller nunca chegou a chamar muito minha atenção, e ultimamente tenho lido resenhas não tão animadoras sobre ele, dizendo que é previsível e arrastado, então acho q passarei. Talvez me arrisque com outro livro da autora...
    Bjs
    http://acolecionadoradehistorias.blogspot.com

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  2. Oi Ivy
    Eu ouvi falar muito desse livro justamente porque ele agrada em um parte e na outra não. Quando é assim acho que divide muito a opinião do leitor, eu mesma morro de preguiça de livros com começos lentos, nem iria querer ler a outra parte. Sendo suspense, só piora ainda porque não gosto do tipo de história.
    Beijo

    http://www.capitulotreze.com.br

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  3. Oi, Alice!
    Eu sou daquelas que não suporta um começo enfadonho, então acho que vou passar a dica por agora...
    Beijos
    Balaio de Babados

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  4. Olá, Alice.
    Eu achei o outro livro dela bem fraco, e até me interessei em ler esse. Mas dai comecei a ler as resenhas dele e todo mundo estava falando que era como o primeiro, então acabei desistindo de ler. Pode ser que eu leia no futuro, principalmente por essa segunda metade do livro, mas no momento é uma leitura que não me atrai tanto.

    Prefácio

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  5. Parece ser bem interessante esse suspense na história. Gostei da indicação.

    www.vivendosentimentos.com.br

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  6. Oi Alice, tudo bem?
    Adorei a indicação. Estou com esse livro no "quero ler" do Skoob há eras, mas ainda não comprei.
    O único livro desses mais lentos que não me ganhou foi A Mulher na Janela. Mas, em geral, esse aspecto de "cozinhar aos poucos" não me incomoda, eu até gosto, me deixa apreensiva.
    Beijos,

    Priih
    Infinitas Vidas

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  7. Oi, Alice!

    Eu costumo gostar bastante dos livros do gênero, e esse tinha me interessado quando li a sinopse uma outra vez. Mas desanimei um pouquinho depois de ler sua resenha, ainda mais por arrastarem o começo do livro, isso me deixa sem paciência hahahah

    De qualquer maneira, a resenha ficou ótima!

    Beijos,
    Caverna Literária

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